quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Isso é viver












Não importa quem sou na procura por me conhecer,
esse que procura já se perdeu e,
não se volta a encontrar.

É pois quando deixo de procurar,
que aquele que sou se revela,
ele nunca deixou de aqui estar apenas não o quis ver.

Tentando manter o controle sobre quem sou,
tinha medo de deixar de ser quem sou,
essa ideia de eu e todas as suas mordomias embaladas pelas formas do corpo.

Como estava enganado,
a coberto da ilusão do medo,
escolhi manter aquilo que tinha, esse nome que me deram,
e que tomei como meu.

Acreditando que os pensamentos eram meus,
que eu era esses pensamentos e que a realidade vivida,
era mais real que a realidade imaginada,
sendo ambas pura ilusão.

No regato do Ser desfruto da paisagem interior,
saltando de manifestação em manifestação,
escolhendo que personagem adotar, por forma a sentir,
a viver,
viver é sentir as emoções,
é ser as emoções,
é ser o espaço dessas emoções,
num bailado constante,
de significado diverso,
onde o que mais importa é estar lá,
estar presente,
isso é viver.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Morrer antes de morrer











É hora de morrer antes de morrer,
morrer para esta existência limitada,
controlada pela ideia de que existo separado de ti.

É hora de morrer para a dor de que não sou suficiente,
assim como sou,
sempre em busca por algo mais,
mas que nunca é suficiente.

É hora de morrer para o medo,
que me deturpa os sentidos,
que me faz crer que sou o que não sou,
deixando de ser aquilo que sou,
com medo de que aquilo que sou seja tão mais brilhante,
tão mais intenso,
que seria insuportável para o medo existir,
para os limites me conter.

É hora de morrer essa ideia de fim,
de que tudo acaba,
confinado pelas tábuas de madeira,
ou pelas chamas do existir.

É hora de morrer para a morte,
por forma a que a vida,
possa ser vivida em pleno,
como ela merece ser vivida.



sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Desistir


Chega um momento em que a única alternativa é desistir,
e no entanto quando se dá esse momento aquilo que acontece é liberdade.
Deixas cair todas as máscaras,
que criavam a ilusão de seres alguém que não és.
E todas as barreiras caem
e as ligações ao todo tornam-se evidentes,
tornam-se reais para tu as viveres.
Reparas que és muito mais que apenas esse corpo que carregas de um lugar para o outro,
sim, és tu que carregas o teu corpo e não o teu corpo que te carrega a ti.
Quando desistes da ideia desse corpo,
encontras a união com todos os outros corpos,
todos em conjunto são ideias que pululam no teu Ser.
Todas as manifestações do Ser,
dançam em conjunto nesse lugar de perfeição,
a que alguns chamam de,
vida.
A vida vivida em ti, em cada momento,
todos esses momentos são apenas na verdade um só,
agora.
Sim, chega um momento em que desistes de ti por forma a te encontrares.