A Daniela estava determinada a permitir-se libertar da necessidade de controle, da necessidade de saber aquilo com que pode contar da vida. Ela tinha obtido uma nova perceção de si e da sua capacidade de se olhar de uma forma diferente perante a vida e do seu papel nela.
No entanto um pensamento recorrente na sua mente era o exemplo da sua irmã, algo que ela queria evitar que lhe ocorresse. Esse era um medo latente e que ressurgia com mais força quando as memórias do horror que tivera, enquanto adolescente, nos momentos iniciais da doença da irmã e da forma como tinham de lidar com isso. O seu maior medo é que a irmã perdesse o controle, se tornasse violenta, pegasse numa faca e atacasse as pessoas lá em casa. Recordava os episódios de violência em que a irmã se virava contra os restantes membros da família, ainda que tal comportamento fosse exacerbado pelos efeitos secundários dos medicamentos que tomava. Esse episódios produziam tremendos níveis de stress, que se faziam notar no seu corpo, através de um constante estremecer, induzido pela agitação interna, pelo palpitar nervoso do seu coração. Outras memórias tinham a ver com o despertar sobressaltado ao meio da noite devido à música colocada em alto volume pela sua irmã. Todas essas recordações eram um lembrete constante para que o controle sobre a sua vida fosse uma das suas prioridades. Ela havia prometido a si mesma não se permitir perder a noção de si, perder a noção de identidade. Perder a capacidade de raciocinar plenamente e fazer as escolhas por si, saber que rumo dar à sua existência.
E no entanto chegado a esta fase da sua vida, via colocado em causa toda essa assumpção da realidade, da necessidade de manter o controle sobre a mesma. Sabia agora que de facto não controla a sua realidade, apenas criara uma sensação ilusória de que estava a controlar a sua realidade, mas já tivera inúmeros exemplos em que a realidade levava-a a resultados muitos dispares daquilo que à partida tinha como certos.
Este era um desses exemplos, nunca poderia prever que teria frequentado um workshop de desenvolvimento pessoal e que a influencia que isso teria na sua vida, poderia assumir as dimensões que estavam a assumir neste momento. Onde quase tudo estava a ser colocado em causa, tudo aquilo que tinha como certo na sua vida, como adquirido, estava agora seriamente ameaçado. E o que mais a assustava era não saber onde tudo isso a iria levar. A ideia de não ter controle sobre o rumo a seguir, era algo que ainda lhe custava a habituar.
No entanto estava decidida a confiar naquilo que a vida tinha para lhe oferecer. Estava imbuída da noção que ocorresse o que ocorresse tudo estaria bem e que seria para o seu melhor. Mesmo que acarretasse mudanças que não conhecia, de momento, e para as quais não sabia se estaria preparada. Mas a confiança que a envolvia servia como um paliativo ao que quer que viesse a acontecer.
Os sinais que vinha tomando consciência eram uma evidência para si, de que algo mais lhe estava destinado, que apenas a ideia de viver uma vida muito controlada por forma a manter a sua personalidade intacta. O medo de perda de identidade, da noção de si levava a que raramente arriscasse, limitando-se a fazer o que sempre fizera sem nunca abandonar a sua zona de conforto.
Esse mesmo medo de descontrolo sobre a personalidade era uma das razões porque evitara até então de engravidar, apesar da vontade do seu marido em constituir família, com receio de que os seus filhos pudessem ter doenças do foro psiquiátrico. Que tivessem uma predisposição genética para desenvolver tais doenças. Mas agora essa guilhotina pendendo sobre si havia sido removida e a leveza que isso lhe dava, permitia uma nova perceção do que poderia ser a sua vida. Livre de preconceitos e aceitando em pleno o que a vida lhe trouxesse.
Uma certeza, que não sabia justificar de onde surgia, lhe dizia que estaria preparada para enfrentar qualquer desafio que a vida provesse. E que não estaria sozinha para os enfrentar. Que nos momentos certos o que fosse necessário estaria disponível e que seria sempre para o seu bem, ainda que nem sempre o parecesse. Estava preparada para lidar com os aspetos que julgaria como menos bons, ou mesmo maus, mas que serviam um propósito maior.
E no entanto chegado a esta fase da sua vida, via colocado em causa toda essa assumpção da realidade, da necessidade de manter o controle sobre a mesma. Sabia agora que de facto não controla a sua realidade, apenas criara uma sensação ilusória de que estava a controlar a sua realidade, mas já tivera inúmeros exemplos em que a realidade levava-a a resultados muitos dispares daquilo que à partida tinha como certos.
Este era um desses exemplos, nunca poderia prever que teria frequentado um workshop de desenvolvimento pessoal e que a influencia que isso teria na sua vida, poderia assumir as dimensões que estavam a assumir neste momento. Onde quase tudo estava a ser colocado em causa, tudo aquilo que tinha como certo na sua vida, como adquirido, estava agora seriamente ameaçado. E o que mais a assustava era não saber onde tudo isso a iria levar. A ideia de não ter controle sobre o rumo a seguir, era algo que ainda lhe custava a habituar.
No entanto estava decidida a confiar naquilo que a vida tinha para lhe oferecer. Estava imbuída da noção que ocorresse o que ocorresse tudo estaria bem e que seria para o seu melhor. Mesmo que acarretasse mudanças que não conhecia, de momento, e para as quais não sabia se estaria preparada. Mas a confiança que a envolvia servia como um paliativo ao que quer que viesse a acontecer.
Os sinais que vinha tomando consciência eram uma evidência para si, de que algo mais lhe estava destinado, que apenas a ideia de viver uma vida muito controlada por forma a manter a sua personalidade intacta. O medo de perda de identidade, da noção de si levava a que raramente arriscasse, limitando-se a fazer o que sempre fizera sem nunca abandonar a sua zona de conforto.
Esse mesmo medo de descontrolo sobre a personalidade era uma das razões porque evitara até então de engravidar, apesar da vontade do seu marido em constituir família, com receio de que os seus filhos pudessem ter doenças do foro psiquiátrico. Que tivessem uma predisposição genética para desenvolver tais doenças. Mas agora essa guilhotina pendendo sobre si havia sido removida e a leveza que isso lhe dava, permitia uma nova perceção do que poderia ser a sua vida. Livre de preconceitos e aceitando em pleno o que a vida lhe trouxesse.
Uma certeza, que não sabia justificar de onde surgia, lhe dizia que estaria preparada para enfrentar qualquer desafio que a vida provesse. E que não estaria sozinha para os enfrentar. Que nos momentos certos o que fosse necessário estaria disponível e que seria sempre para o seu bem, ainda que nem sempre o parecesse. Estava preparada para lidar com os aspetos que julgaria como menos bons, ou mesmo maus, mas que serviam um propósito maior.
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