Crer em algo que me defina,
limitar o meu existir.
Deixar-me afundar nas sensações,
que me envolvem.
que me rasgam por dentro.
Continuo a caminhar,
não posso parar,
sigo sem destino,
em desalinho,
desconectado do Ser.
É difícil compreender,
esta dor do existir,
os limites que me agrilhoam,
não contém as convulsões,
as duvidas continuam.
Dói...
ahhh... como dói.
E no entanto é tudo uma ilusão.
Aquele não sou eu.
Aquela dor não é minha,
é apenas imaginação.
Mas onde estou afinal.
E no entanto dói,
esta dor é uma constante.
Serve como sinal do existir,
pois se dói,
existo.
Deixo que doa,
limito-me a sentir,
que me consuma a dor,
não importa.
Eu continuarei aqui,
esperando que ela se vá,
pois ela irá,
e eu cá estarei a ver-la partir.