À medida que esta sensação me envolve, que esta sensação toma conta de mim, ocupando todo o espaço que julgava ser o meu e no entanto ela continua e esse espaço é quebrado, os limites tornam-se difusos, nada permanece no mesmo lugar. Todos os lugares estão presentes, como que aglutinados ao corrente da minha pele, que se estende indefinidamente. E no entanto o medo bate com força, estrebucha, querendo-me rasgar, quebrar em pedaços e por momentos parece que é verdade, que me desfaço em milhentos pedaços. Estanco o existir, quero sair daqui, quero que termine, tenho medo de desaparecer, de cessar de viver. Este medo acelera o seu movimento, procurando refrear o inevitável, pois não posso deixar de ser o que sou e então simplesmente o medo se dissipa, ele vai-se embora, pois nada pode fazer. Observo apenas, presencio a pureza do momento, todas as coisas se envolvem em mim. Sou tudo isso, sou o espaço que liga tudo isso. Solto uma gargalhada, solto várias gargalhadas, surgem em catadupa, qual cascata de riso e som. Alegria incontida, bailando em redor de si mesma. Perder as ideias que havia acreditado serem quem era e no entanto em vez de ver chegar o fim, ver como não podia acabar aquilo que nunca começou, porque sempre esteve aqui. Sendo este aqui o ali e o acolá, tudo é como é, eu sou isso.
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