Todos os seus relacionamentos viam um fim, não era este o seu primeiro e ela saia de cada um dos seus relacionamentos com a mesma sensação que não era valorizada, que era colocada em segundo plano, sentia-se como sendo uma atriz secundária da estória do outro. Ela é a Sara assim conhecida há 32 anos sempre pronta a conhecer mais, sempre em busca de respostas para todas as perguntas que brotavam dentro dela em cada momento, todas essas duvidas faziam com que se sentisse insatisfeita, quando as respostas que procurava fossem surgindo mais questões eram levantadas, e a procura era incessante. Estava sempre em movimento, parar na sua ideia era morrer, a vida para ela é ação, é movimento, só assim se sente a viver. Ela não se permitia um momento só, não queria estar na sua companhia, considerava-se desinteressante, para ela os outros eram sempre mais interessantes, ela gostava de viver em função dos outros, achava que tinha que ajudar os outros, que tinha de agradar aos outros.Mesmo que isso significasse ir contra a sua vontade, muitas vezes dizia que sim, quando lhe apetecia dizer que não, mas não o fazia, pois não queria desiludir ninguém. No fundo ela gostava de se sentir como útil aos outros, ainda que por vezes era apenas usada, tida como aquela que está sempre disponível para fazer o que mais ninguém queria fazer e assim corriam os seus dias, era esta a sua realidade. Mas as questões continuavam a se avolumar, as duvidas eram constantes, um manancial de duvidas geradas umas a trás das outras e as respostas iam sendo cada vez menos. Ela perguntava-se será isto a vida, será para isto que eu nasci, que significado tem a vida sendo vivida desta maneira.
Sem comentários:
Enviar um comentário