Procuro por ti
para me encontrar
iludido que me podes completar
desperto para a tua beleza
que habita em mim
acreditando amar
ser amado
como estou enganado.
pode o amor amar?
O amor é tudo,
a partilha torna-o reconhecido
sendo vivido em cada momento,
quebrando as barreiras
do silêncio interior
onde te escondes
onde te perdes de ti.
Procuro por ti,
até que o amor me desperte
deixo de procurar
podendo assim te conhecer de verdade.
sábado, 7 de dezembro de 2013
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
#39 Reflexo
Perscrutando os seus pensamentos que sinalizavam as dúvidas que a assolavam, caminhando ao longo de um fio de fronteira entre duas realidades que tinha como inconciliáveis. Por um lado Daniela pendia para o seu lado mais cético e racional que lhe dizia que tudo aquilo que tinha experienciado ultimamente era uma mera ilusão. O fim último dessas experiências só poderia ser uma irreparável perda de controle, perda de identidade e uma entrega a viver desligada do mundo, a alienar-se num recanto sombrio da sua mente e perdendo todo o fulgor da vida que a circundava.
Por outro lado, o seu lado intuitivo sinalizava que podia abdicar da ideia de controle, que tudo era isso mesmo uma ideia e que nada a podia condicionar em essência. Todas as experiências e ocorrências que vinham acontecendo na sua vida, não eram obra do acaso, ela sabia que nada acontece por acontecer,sem um fundamento.
O facto de ter-lhe sido indicado o Ricardo e a mensagem que ele partilha, assim como todas as sincronias que vinham acontecendo, só podiam ocorrer embutidos de um sentido. Tal como todos os acontecimentos que constroem a história da sua vida faziam sentido que tivessem sido dessa forma e não de outra qualquer. Essa certeza vinha cimentando dentro de si desde que tivera o sonho de se encontrar numa outra dimensão e ai vira a sua vida como um todo até àquele momento e entendera a conexão entre cada situação; como um cordão encadeado, onde cada acontecimento levara ao seguinte e que sem o anterior o seguinte não teria existido.
Ainda que essa sensação de plenitude a preenchesse, o que era certo para si, era a dúvida que tomava de assalto a sua atenção. Caminhando sobre esse ténue fio de fronteira entre essas duas certezas, ela sabia que não o poderia consentir por muito mais tempo. Pois tal situação drenava, cada vez mais, a sua energia e vontade para se movimentar no mundo, para lidar com a realidade do seu dia-a-dia.
Ela resolveu conversar com a Sara, que estava também ela a atravessar um processo de autoconhecimento e de conexão com a sua essência. E Podiam assim falar a mesma linguagem, sem ser vistas como tresloucadas, como desfasadas da realidade.
No dia combinado encontraram-se para partilharem tudo aquilo que estava a ocorrer nas suas vidas, procurando na troca de experiências encontrar mais luz para a situação individual de cada uma.
"Olá Sara, vejo-te com bom aspeto." Ao que a Sara respondeu de imediato, "tu também, estás muito bem".Cumprimentando-se com dois beijos na face.
"Estava com muita vontade de conversar contigo, Sara. Estou um pouco dividida neste momento. Como sabes já fiz a minha primeira sessão com o Ricardo, após o sonho que tinha tido com ele, e que te contei da última vez que nos vimos. Por um lado a certeza de que tudo acontece como tem de acontecer e que a minha vida até aqui, foi como tinha de ser, para que eu chegasse a este momento. Sabendo que nada pode condicionar a essência, aconteça o que acontecer. E que é contrariada pela outra certeza de que nada disto é real, que indo por este caminho poderei perder-me, e deixar de ser quem sou. Poderei alienar-me da sociedade e nunca mais voltar a ela, deixar de funcionar como devia e orientar a minha vida, como gosto de fazer." Suspirando e olhando nos olhos da Sara, que a ouvia com atenção, terminou dizendo, "como vês uma barafunda é o que vai aqui dentro" e apontou com o dedo à sua cabeça.
A Sara disse de seguida " sim , vejo que essa dúvida está presente e que arrebata a tua atenção, pela forma como me descreveste.Mas aquilo que já tenho consciente em mim, com todo este trabalho que tenho feito é que na verdade não é necessário fazer opção alguma. As opções surgem por si mesmas quando deixamos que assim seja. Quando nos permitimos deixar de tentar controlar a vida, esta mostra-nos o caminho. Como já alguém disse, não me recordo quem, devemos deixar de fazer planos para a vida de modo a não estragar os planos que a vida tem para nós. Não sei se a frase era bem assim, mas a ideia é essa. Deixando de fazer planos ficamos livres para viver de facto aquilo que a vida nos dá em cada momento. Tal como diz o Ricardo, a vida não é algo que nos acontece, mas sim algo que nós somos. Confesso que ainda não compreendo na sua totalidade esta afirmação, mas cada vez faz mais sentido para mim, de acordo com aquilo que vou experienciando na minha realidade. Ao falar assim até pareço que tenho tudo muito resolvido em mim, mas ainda não é o caso. Acredito que ainda tenho muito trabalho a fazer em mim. A única diferença e que me faz crer que vou conseguir, é poder contar com a orientação do Ricardo, com o exemplo que ele me dá, de que é possível."
A Daniela disse então, "percebo que o vejas desse modo, eu própria após a primeira sessão que tive com ele, reforcei a ideia que tinha sobre ele adquirida no workshop que fizemos. Nesse workshop já havia mexido comigo, senti coisas que nunca tinha sentido. Como que encontrei uma parte de mim que estava escondida e que ai começou a ressurgir. E com o sonho que tive tudo isso ganhou mais força, mais vida, se assim o posso dizer. Tendo servido esta sessão que tive com ele para confirmar que de facto há algo mais em mim. Que há essa alternativa de existir para lá daquilo que acreditava ser. Pois essa, que acreditava ser, tem uma necessidade permanente de controle, para poder se sentir segura, confortável. Mas como te disse tudo isso está abalado agora. A dúvida instalou-se com esta visão alternativa sobre aquilo que é a verdade sobre o que sou. Até que possa encontrar alguma clareza que faça dissipar todas as dúvidas e permitir que uma escolha seja feita. Seja essa escolha feita ativamente por mim ou não, mas que surja essa escolha, por forma a que tudo se resolva. Que o caminho seja decidido para que o possa percorrer."
" A minha intuição sobre tudo isto que estamos a falar diz-me que todas as dúvidas se dissiparão quando deixarmos de procurar as respostas. Que no momento certo as respostas surgem. De nada serve estarmos a desperdiçar a nossa energia a tentar perceber e resolver todas estas questões, pois esse esforço cria mais obstáculos do que certezas." Terminou dizendo a Sara, fazendo com que um manto de silêncio se estendesse sobre elas.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
#38 Reflexo
Os momentos sucedem-se uns aos outros e a mente humana vai catalogando-os em função das referências que possui e que derivam das experiências passadas. Fazendo com que a realidade seja uma constante revisitação a ocorrências de um passado que teima em sobreviver ao presente, mas que só no presente pode ser vivenciado. E por arrasto implica um futuro que não passa de um passado recauchutado. Isto será assim até que se possa despertar do torpor de dormência que o afasta do agora, que o ilude sobre aquilo que é, tal como é neste momento.
Assim mergulhadas nesse torpor se encontravam a Daniela e a Sara, cada uma à sua maneira, em busca de uma boia de salvação que as resgate ao encontro da sua versão original. Uma versão livre de condicionalismos, e reminiscências de um passado que desejavam fosse diferente. Mas que no entanto sabiam, ser esse passado aquilo que as fizera chegar onde estavam no presente. Aquilo que cada uma, dentro do seu processo, tem feito enquanto descoberta pessoal, enquanto investimento no maior tesouro que cada ser humano possui, mas que poucos estão cientes desse tesouro e que é a vida.
A vida a mais preciosa das joias que alguma vez poderíamos imaginar ter, perceber a quantidade de condicionantes que são necessárias que ocorram para permitir que exista a vida, tal como a conhecemos e a capacidade de ter consciência de ser, essa vida a ser vivida. A vida a tomar consciência de si mesma. É este o propósito do ser humano. Viver a vida tal como ela é, não tendo que haver um ponto de partida e um ponto de chegada que desvie a atenção do essencial para o acessório. É a viagem pelo seu todo, momento a momento que é valioso e não apenas o local onde queremos chegar. São estes objetivos últimos que toldam a realização da perfeição do presente, pois ele é sempre perfeito como acontece, porque é o que acontece.
Cada fragmento da essência, materializado num corpo humano e na mente que se ilude de o controlar, tal como deseja controlar os seus destinos em busca daquilo que pretende ser o melhor para si. Desaguando assim num conflito permanente entre aquilo que deseja que aconteça e aquilo que acontece de facto. Sendo este conflito a causa da ilusão de separação e sofrimento que recai sobre a humanidade como um todo, refletido nas suas diferentes unidades.
As condições para que se desperte do estado dormente vão sendo tecidas numa miríade de escolhas que se vão fazendo e que implicam sempre renunciar a todas as outras que seriam passíveis de ser tomadas e que não o são. Por vezes é aquilo que se renúncia que mais dor acarreta, ficando remorsos por não ter feito diferente do que se fez. E esses remorsos vão corroendo a atenção, sorvendo a energia toda até que se atinja um ponto de não retorno.
O que advém desse ponto de não retorno pode implicar o fim da vida como a conhecemos ou então pode dar origem a uma entrega total, a um desistir da réstia de controle e simplesmente se abandonar ao que vier.
A Sara havia atingido esse ponto e tendo balançado entre essas duas escolhas, foi o ter conhecido o Ricardo que a fez desequilibrar a balança para a entrega total. Para ela este processo que estava em curso, representava uma derradeira oportunidade para dar significado à sua existência.
Seguindo as recomendações do Ricardo, ela permitia-se observar os pensamentos que adejavam na sua mente. Procurando libertar a sua atenção para os intervalos que ocorriam entre os pensamentos. E ainda que inicialmente não o conseguisse fazer, lentamente foi notando por breves instantes esse espaço que mediava os pensamentos. Com a prática dedicada, esses instantes foram sendo mais longos. Quando isso acontecia uma sensação de paz, de harmonia assomava à superfície e tudo ficava mais leve. Sendo depois quebrada pela voragem de novos pensamentos, mas agora essas pequenas brechas que se abriam na sua mente jamais poderiam ser tapadas.
A sua relação com o tempo vinha-se alterando, intercalando momentos em que tudo como que se arrastava, se engasgavam e uma sensação de aprisionamento surgia. Com outros momentos onde tudo fluía, o passar do tempo não se fazia notar e ai tudo tinha mais sentido, cada peça encontrava o seu lugar. Ela sabia que estava tudo na sua perceção, que nada mais havia para lá da forma como ela interpretava tudo o que ocorria; todas as ocorrências são neutras os filtros que usava para se relacionar com a realidade é que eram um reflexo seu.
Saboreando uma bela refeição, preparada por si, entregava-se ao deleite dos sabores, notando as texturas dos alimentos em contacto com a sua boca, dialogando com as suas papilas gustativas servindo-lhes prazer.
A sua relação com o tempo vinha-se alterando, intercalando momentos em que tudo como que se arrastava, se engasgavam e uma sensação de aprisionamento surgia. Com outros momentos onde tudo fluía, o passar do tempo não se fazia notar e ai tudo tinha mais sentido, cada peça encontrava o seu lugar. Ela sabia que estava tudo na sua perceção, que nada mais havia para lá da forma como ela interpretava tudo o que ocorria; todas as ocorrências são neutras os filtros que usava para se relacionar com a realidade é que eram um reflexo seu.
Saboreando uma bela refeição, preparada por si, entregava-se ao deleite dos sabores, notando as texturas dos alimentos em contacto com a sua boca, dialogando com as suas papilas gustativas servindo-lhes prazer.
O amor flui
Amor fluindo
momento de conexão
outro tempo para viver
sem culpas
totalmente presente
elevando a atenção
espaço infinito
sempre agora
esquecendo as ideias desconexas
nem sempre, nem nunca
isto é uma ilusão
alma lavada pelas lágrimas
que afagam os rostos perdidos
procurando a verdade
e no entanto,
o amor flui.
momento de conexão
outro tempo para viver
sem culpas
totalmente presente
elevando a atenção
espaço infinito
sempre agora
esquecendo as ideias desconexas
nem sempre, nem nunca
isto é uma ilusão
alma lavada pelas lágrimas
que afagam os rostos perdidos
procurando a verdade
e no entanto,
o amor flui.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
#37 Reflexo
O nome que nos é atribuído quando nascemos torna-se uma espécie de marca "guarda-chuva" que engloba a narrativa completa desta personalidade que se vai construindo com o passar do tempo linear, como o conhecemos enquanto humanos. Esse nome é a cola aglutinadora de todas as experiências que vão ocorrendo em sucessiva catadupa. Mas se olharmos para lá do nome e toda a sua bagagem, seja o corpo que embala o nome, seja a mente que se ilude de dirigir os seus destinos. Se olharmos para lá dessas evidências mais imediatas aquilo que iremos encontrar é o vazio. Um grande nada, um imenso espaço livre pronto a ser vivido em cada uma das suas insignificantes experiências. As experiências são reais, são plenas de significado em si mesmas, mas não condicionam o que quer que seja a essência onde elas ocorrem. Elas confluem num jogo de interação entre diferentes nomes pavoneando os seus corpos, representando um papel limitado, mas sempre pronto a ser extinguido. Esse jogo do ego, das personalidades, encontra-se representado em diferentes maneiras igualmente adormecidas, só que umas estão adormecidas profundamente e vivem se expressando em piloto automático. Enquanto que outras se expressam numa ilusão com lapsos de despertar, vulgo seres espirituais evoluídos, que no entanto se perdem numa busca incessante pela iluminação permitido aos mais especiais. E conseguem a iludida experiência de iluminação em breves encontros que depois os condiciona perpétuamente a procurar iterar as condições que o permitiram sem no entanto, ou raramente, o alcançar.
E no entanto tudo aquilo que seja passível de ser buscado já se encontra na base de quem o procura. Apenas se torna invisível aos iludidos pelo jogo da busca, seja isso, mais felicidade, seja mais dinheiro, sucesso, melhores relações. Ou ser especial, ser espiritual, ser iluminado. Qualquer se seja o objetivo da busca, torna-se ele mesmo o maior obstáculo à realização daquilo que já é perfeito assim como é. E por ser perfeito, mesmo essa busca é perfeita, precisamente porque não pode encontrar o que nunca esteve perdido ou escondido, nem condicionar a essência onde ocorre. Tendo como finalidade única todas essas experiências tornar ciente a essência de si mesma, pois de outra forma não se poderia tornar conhecida de si mesma. Tal como uma faca não se pode cortar a si mesma, a essência só pela sua fragmentação em pequenos estilhaços se pode experienciar, ainda que parcialmente. Cada fragmento é importante e imprescindível, não pode ser descartado, não pode ser excluído, pois o todo é imutável. Sendo cada ser humano um fragmento dessa essência, ele é plenamente essa essência, não é menorizado por ser pedaço do todo, pois o todo está contido na parte. Pela parte se pode experienciar o todo. Num bailado de conceitos mera ilusão temporal que permite brincar com as palavras, com as sensações ao encontro de quem nunca partiu, de quem sempre esteve na casa de partida, onde se chega sempre para encontrar consolo e carinho libertador.
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
Fala-me de amor
fala-me de amor
deixa-me silenciar o ruído
da tua ausência
encontro-te por ai
algures só
julgava-me perdido
em ti, me encontrei
amor
palavra pequena para tamanha imensidão
fala-me de amor
deixa-me relembrar
que também o tive.
és essa memória viva
do amor que em mim pulsa.
fala-me de amor
até que perca a noção do eu
e todo impregnado pelo seu perfume
me perca em ti.
deixa-me silenciar o ruído
da tua ausência
encontro-te por ai
algures só
julgava-me perdido
em ti, me encontrei
amor
palavra pequena para tamanha imensidão
fala-me de amor
deixa-me relembrar
que também o tive.
és essa memória viva
do amor que em mim pulsa.
fala-me de amor
até que perca a noção do eu
e todo impregnado pelo seu perfume
me perca em ti.
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
#36 Reflexo
Um manto de silêncio pairou no espaço onde decorria a sessão. Os olhos de Ricardo mergulhavam nos de Daniela. Os limites desvaneceram, não havia separação alguma entre aqueles dois seres, que vibravam na mesma frequência energética. Um entendimento para lá do passível de ser percecionado pelos sentidos humanos e no entanto disponível para ser acedido a qualquer momento, pois o tempo existe apenas na baixa frequência da dimensão humana, por forma a permitir que estes vivam as experiência que tem de viver, que possam errar, fazer de novo e voltar a errar melhor e fazer mais uma vez. Sendo tudo aprendizagem nada se perde.
O momento foi interrompido pelo Ricardo, dizendo:
"Daniela o sonho que teve e no qual experienciou que tudo aconteceu como tinha de acontecer, em que soube que tinha sido previamente decidido que teria de passar por essas experiências. Esse sonho foi a sua essência a relembrar quem é de verdade. A lembrar-lhe que não está sozinha, que esta personalidade que acredita ser é uma estória que ocorre no espaço ilimitado que é a sua essência. Sendo esta perfeita é através destas ideias de limitação que ela se torna ciente de si mesma. É testando a aventura de superar a limitação que vale pela aventura em si, ou seja, é o processo em si que é relevante e não a sua finalidade. Pois como já tem consciência, ocorra o que ocorrer nada pode beliscar o que quer que seja a sua essência. O que dito com verdade não é sua, ela é o que é e não pode ser definida. Qualquer definição é uma limitação ilusória. Pode-se definir apenas por uma questão prática e orientadora, sabendo que qualquer que seja a definição não é o que é a essência, o absoluto."
Ao que a Daniela comentou: " Uma parte de mim entende perfeitamente aquilo que o ouvi dizer, tudo isso faz sentido e sinto que não podia ser de outro modo. Pois ainda tenho muito presente o que vivenciei no sonho que lhe relatei. Mas por outro lado a outra parte de mim diz-me que tudo isso é ilusório, que são historinhas que se contam aos meninos para os entreter e que se seguir nesse caminho irei perder-me. Tal como a minha irmã, deixarei de funcionar em pleno nesta realidade, viverei num mundo à parte. E eu não quero isso. Sendo totalmente sincera...Eu tenho medo de que isso possa ocorrer. O que é que eu faço para lidar com isso? Como é que evito que tal aconteça?"
"Respondendo diretamente ao que me pergunta...aquilo que tem de fazer é nada. não pode fazer nada... a não ser estar presente. Estar de corpo e alma presente em cada momento desta sua experiência. Porque se ela tiver que passar por algo semelhante ao que a sua irmã está a viver, então assim será. E se quiser que lhe diga, na verdade, você já está a passar por algo semelhante ao que ela está a passar, porque ela e você são unas, tal como eu sou consigo, neste momento. Tudo o que ocorre na nossa realidade é um espelho do nosso interior. Cada pessoa que surja na nossa vida, seja por muito ou pouco tempo, traz-nos algo de valioso que é um encontro connosco próprios, com reflexos da nossa essência. E é pela forma como lidemos com eles que poderemos desfrutar em maior ou menor grau desta experiência de vida humana. Vou dar um exemplo, a Daniela veja-se como sendo um salão de baile, só que neste momento está preocupada com as danças que surgem em si, acredita que é essas danças e estas vão mudando ao longo daquilo que temos como tempo linear. E essas danças tem ritmos diferentes e nem sempre o são de acordo com os seus desejos, quando assim é desespera, procura por todos os meios agarrar-se às danças que conhece. E entra num desgaste constante que afastam a sua atenção de que, não é as danças, mas sim o salão de baile onde estas se dão. Salão esse que continua sendo como é, independentemente do tipo de dança que esteja a acontecer em determinado momento. Dança alguma irá afetar o salão. Assim, em jeito de conclusão, digo-lhe, permita-se parar. Faça uma pausa de todo esse reboliço interno e que se nota externamente e apenas observe as danças que estão a ocorrer em cada momento. E sim por vezes terá a perceção que essa dança é divertida, por vezes ela será vista como desagradável. Esteja presente para aquilo que for.Observe e deixe-se ir. Chegará sempre ao lugar de partida, de onde nunca chegou a partir. Pois já é tudo aquilo que poderia imaginar ou desejar ser. Tudo isto que referi fará o seu percurso dentro de si. Dar-lhe-á os "insights" que tiver de dar. Se a necessidade de controle vier, fique presente para todas essas sensações, sem apego e verá como partem tal como chegaram. Desse modo estará a elevar o seu nível de consciência e a relembrar porções mais amplas da sua essência. Procure fazer as suas tarefas com normalidade, sem especiais cuidados e tudo ocorrerá na medida em que estiver preparada para que ocorram."
" Sim, tenho muito que assimilar. Mas esse meu lado pleno e harmonioso transmite-me uma sensação de certeza. E eu escolho confiar e entregar. Estou grata pela sua orientação."
" Na verdade a orientação é sua, como sempre, eu apenas sou um reflexo dela." Terminando assim a primeira sessão da Daniela, tendo dado um passo que representaria uma mudança de paradigma na sua vida humana.
O momento foi interrompido pelo Ricardo, dizendo:
"Daniela o sonho que teve e no qual experienciou que tudo aconteceu como tinha de acontecer, em que soube que tinha sido previamente decidido que teria de passar por essas experiências. Esse sonho foi a sua essência a relembrar quem é de verdade. A lembrar-lhe que não está sozinha, que esta personalidade que acredita ser é uma estória que ocorre no espaço ilimitado que é a sua essência. Sendo esta perfeita é através destas ideias de limitação que ela se torna ciente de si mesma. É testando a aventura de superar a limitação que vale pela aventura em si, ou seja, é o processo em si que é relevante e não a sua finalidade. Pois como já tem consciência, ocorra o que ocorrer nada pode beliscar o que quer que seja a sua essência. O que dito com verdade não é sua, ela é o que é e não pode ser definida. Qualquer definição é uma limitação ilusória. Pode-se definir apenas por uma questão prática e orientadora, sabendo que qualquer que seja a definição não é o que é a essência, o absoluto."
Ao que a Daniela comentou: " Uma parte de mim entende perfeitamente aquilo que o ouvi dizer, tudo isso faz sentido e sinto que não podia ser de outro modo. Pois ainda tenho muito presente o que vivenciei no sonho que lhe relatei. Mas por outro lado a outra parte de mim diz-me que tudo isso é ilusório, que são historinhas que se contam aos meninos para os entreter e que se seguir nesse caminho irei perder-me. Tal como a minha irmã, deixarei de funcionar em pleno nesta realidade, viverei num mundo à parte. E eu não quero isso. Sendo totalmente sincera...Eu tenho medo de que isso possa ocorrer. O que é que eu faço para lidar com isso? Como é que evito que tal aconteça?"
"Respondendo diretamente ao que me pergunta...aquilo que tem de fazer é nada. não pode fazer nada... a não ser estar presente. Estar de corpo e alma presente em cada momento desta sua experiência. Porque se ela tiver que passar por algo semelhante ao que a sua irmã está a viver, então assim será. E se quiser que lhe diga, na verdade, você já está a passar por algo semelhante ao que ela está a passar, porque ela e você são unas, tal como eu sou consigo, neste momento. Tudo o que ocorre na nossa realidade é um espelho do nosso interior. Cada pessoa que surja na nossa vida, seja por muito ou pouco tempo, traz-nos algo de valioso que é um encontro connosco próprios, com reflexos da nossa essência. E é pela forma como lidemos com eles que poderemos desfrutar em maior ou menor grau desta experiência de vida humana. Vou dar um exemplo, a Daniela veja-se como sendo um salão de baile, só que neste momento está preocupada com as danças que surgem em si, acredita que é essas danças e estas vão mudando ao longo daquilo que temos como tempo linear. E essas danças tem ritmos diferentes e nem sempre o são de acordo com os seus desejos, quando assim é desespera, procura por todos os meios agarrar-se às danças que conhece. E entra num desgaste constante que afastam a sua atenção de que, não é as danças, mas sim o salão de baile onde estas se dão. Salão esse que continua sendo como é, independentemente do tipo de dança que esteja a acontecer em determinado momento. Dança alguma irá afetar o salão. Assim, em jeito de conclusão, digo-lhe, permita-se parar. Faça uma pausa de todo esse reboliço interno e que se nota externamente e apenas observe as danças que estão a ocorrer em cada momento. E sim por vezes terá a perceção que essa dança é divertida, por vezes ela será vista como desagradável. Esteja presente para aquilo que for.Observe e deixe-se ir. Chegará sempre ao lugar de partida, de onde nunca chegou a partir. Pois já é tudo aquilo que poderia imaginar ou desejar ser. Tudo isto que referi fará o seu percurso dentro de si. Dar-lhe-á os "insights" que tiver de dar. Se a necessidade de controle vier, fique presente para todas essas sensações, sem apego e verá como partem tal como chegaram. Desse modo estará a elevar o seu nível de consciência e a relembrar porções mais amplas da sua essência. Procure fazer as suas tarefas com normalidade, sem especiais cuidados e tudo ocorrerá na medida em que estiver preparada para que ocorram."
" Sim, tenho muito que assimilar. Mas esse meu lado pleno e harmonioso transmite-me uma sensação de certeza. E eu escolho confiar e entregar. Estou grata pela sua orientação."
" Na verdade a orientação é sua, como sempre, eu apenas sou um reflexo dela." Terminando assim a primeira sessão da Daniela, tendo dado um passo que representaria uma mudança de paradigma na sua vida humana.
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