O que sinto por ti não pode ser definido pelo amor.
Esse conceito está limitado pela dor, está limitado pelo corpo.
O que sinto por ti transborda a ideia de mim e a ideia de ti.
O que sinto por ti não pode ser contido no tempo.
A ideia de amor exige do outro aquilo que ele não pode dar e eu de ti nada quero,
o simples facto de existires, completa a minha ideia de felicidade.
Estou realizado, foi para isso que nasci, para experienciar do lado de fora tal sensação.
Este fora que é dentro do existir, pois este é o somatório de pequenos nadas, de pequenos existires convivendo uns com os outros.
Essa ideia de amor romântico é mera distração, uma ilusão do tempo,
para que o tempo te possa contemplar.
O verdadeiro amor permite que fiquemos nus da personalidade,
livres de máscaras, e sermos apenas quem somos.
Sem exigências, sem cedências,
perdidos nos braços do existir,
baloiçando levemente na eternidade.
O que sinto por ti
é vida sendo vivida intensamente
contida toda neste instante perene.
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