Quando olho para aquilo que sou aos olhos da sociedade voraz
apenas posso concluir que sou um fracasso,
falhei os objetivos que era suposto ter alcançado,
uma vida de segurança económica,
familiar e social, ser mais um na engrenagem.
Caminhar sonâmbulo, ligado ao piloto automático,
nessa correnteza de pessoas, qual rebanho caminhando em círculos,
fazendo o que é suposto fazer, sem procurar entender,
sem procurar conhecer a verdade em mim,
a verdade em fim,
do que sou, interrogar a estória criada,
a estória assimilada e tão bem representada.
Como seria mais fácil adormecer ao ritmo.
desse vaguear sonâmbulo,
aceitar apenas o meu papel,
sem levantar questões.
Confesso que não consegui,
nunca representei muito bem o meu papel.
As duvidas que assomavam na minha mente,
geraram inquietação,
me fizeram demover do pedestal da imobilidade humana.
Não consegui ser mais um, ser guiado pelo rebanho,
estou deslocado, perdido na minha mente.
Procuro a saída, e todas as portas se fecham,
preciso respirar,
de ar para viver,
ou então adormecer e mergulhar nesse sonho desfeito,
para me encontrar.
A estória do meu fracasso, é isso mesmo uma estória,
deixei de acreditar nela,
e espero que a verdade se revele,
entrego-me a este momento,
seja ele o que for.
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